sexta-feira, 5 de março de 2010

Vale a pena ler até ao fim!!!

GERIR A RAIVA Por vezes, quando se tem um mau dia e precisamos de o descarregar em alguém, não o faças em alguém teu conhecido. Descarrega em alguém que NÃO conheças.

Estava sentado à minha secretária, quando me lembrei de um telefonema que tinha de fazer. Encontrei o número e marquei-o.
Respondeu um homem que disse:
- Está?
Educadamente respondi-lhe:
- Estou! Sou o Luís Alves. Posso falar com a Sra. Ana Marques, por favor?
Ficou com uma voz transtornada e gritou-me aos ouvidos:
- Vê lá se arranjas a merda do número certo, ó filho da puta! …e desligou o telefone.

Nem queria acreditar que alguém pudesse ser tão mal educado por causa de uma coisa destas. Quando consegui ligar à Ana, reparei que tinha acidentalmente transposto os dois últimos dígitos.
Decidi voltar a ligar para o número "errado" e, quando o mesmo tipo atendeu, gritei-lhe:
És um grande paneleiro! e desliguei.

Escrevi o número dele juntamente com a palavra "paneleiro" e guardei-o.
De vez em quando, sempre que tinha umas contas chatas para pagar ou um dia mesmo mau, telefonava-lhe e gritava-lhe:
- És um paneleiro!
Isso animava-me.

Quando surgiu a identificação de chamadas, pensei que o meu terapêutico telefonema do "paneleiro" iria acabar.
Por isso, liguei-lhe e disse:
- Boa tarde. Daqui fala da PT. Estamos a ligar-lhe para saber se conhece o nosso serviço de identificação de chamadas!
Ele disse


- NÃO! e bateu o telefone.
De seguida liguei-lhe, e disse:

- É porque és um grande paneleiro!

Um dia, estava no parque do Centro Comercial e, quando me preparava para estacionar, um tipo num BMW cortou-me o caminho e estacionou no lugar que eu tinha estado à espera que vagasse.
Buzinei-lhe e disse-lhe que estava ali primeiro à espera daquele lugar, mas ele ignorou-me.


Reparei que tinha um letreiro "Vende-se" no vidro de trás do carro, e tomei nota do número de telefone que lá estava.

Uns dias mais tarde, depois de ligar ao primeiro paneleiro, pensei que era melhor telefonar também para o paneleiro do BMW.
Perguntei-lhe:


- É o senhor que tem um BMW preto à venda?
- Sim., disse ele.
- E onde é que o posso ver?, perguntei.
- Pode vir vê-lo a minha casa, aqui na Rua da Descobertas, Nº 36. É uma casa amarela e o carro está estacionado mesmo à frente."
- E o senhor chama-se? perguntei.
- O meu nome é Alberto Palma", disse ele.
- E a que horas está disponível para mostrar o carro?
- Estou em casa todos os dias depois das cinco.
- Ouça, Alberto, posso dizer-lhe uma coisa?
- Diga! És um grande paneleiro!, e desliguei o telefone.

Agora, sempre que tivesse um problema, tinha dois "paneleiros" a quem telefonar.

Tive, então, uma ideia. Telefonei ao paneleiro Nº 1.
- Está? És um paneleiro! (mas não desliguei)
- Ainda estás aí? ele perguntou.
- Sim, disse-lhe.
- Deixa de me telefonar! gritou.
- Impede-me, disse eu.
- Quem és tu? perguntou.
- Chamo-me Alberto Palma, respondi
- Ah sim? E onde é que moras?
- Moro na Rua da Descobertas, Nº 36, tenho o meu BM preto mesmo em frente, ó paneleiro. - Porquê?
- Ai é? Vou já aí.
- É melhor começares a rezar, disse ele.
- Estou mesmo cheio de medo de ti, ó paneleiro! e desliguei.

A seguir, liguei ao paneleiro Nº 2.
- Está?
- Olá, paneleiro!, disse eu.
- Ele gritou-me: Se descubro quem tu és...
- Fazes o quê? perguntei-lhe.
- Parto-te a tromba! disse ele.
E eu disse-lhe:
- Olha, paneleiro, vais ter essa oportunidade. Vou agora aí a tua casa, e já vais ver.
Desliguei e telefonei à Polícia, dizendo que morava na Rua da Descobertas, Nº 36 e que ia agora para casa matar o meu namorado gay.
Depois liguei para as cadeias de TV e falei-lhes sobre a guerra de gangs que se estava a desenrolar nesse momento na Rua da Descobertas.
Peguei no meu carro e fui para a Rua da Descobertas. Cheguei a tempo de veros dois parvalhões a matarem-se à pancada em frente de seis viaturas da polícia e uma série de repórteres de TV.

Já me sinto muito melhor.
Gerir a raiva sempre funciona.

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